Criar heterónimos me ajudou a amenizar as vozes ruins — o que, paradoxalmente, acabou não sendo tão ruim, já que estou canalizando-as de forma a me ajudar a lidar com o caos dentro de mim. Nunca imaginei que renomeá-los facilitaria a minha vida. Ouvi-los conversando entre si e depois “traduzir” essa inquietude na escrita me traz leveza.
Criei o Dociê e o Amargô (juntos formam o Ego), ainda não estão totalmente definidos, mas pelo nome de cada um já traz algumas ideias sobre as suas personalidades.
Quero compartilhar, aos poucos, um trecho aqui com vocês, queridos (as) leitores (as) ♡
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O⠀A m a r g ô⠀,
j á⠀a m o u⠀a l g u é m⠀?
Q u e m⠀s e r á⠀h e i m⠀?
A⠀G u l a⠀?
S e⠀f o r⠀,
u m⠀m a l⠀b o c a d o⠀,
d e v e⠀t e r⠀p a s s a d o⠀.
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—⠀D o c i ê
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Dociê tem atitudes de criança, costuma falar baixo, ama doces e traz questionamentos aparentemente inocentes.
Amargô não superou alguns sentimentos, o que torna as coisas melancólicas. Vive estressado de fome e desconta gritando; às vezes, pronuncia palavrões e fuma.
Ego (semi-heterónimo) seria, em partes, as minhas reflexões.
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* Os semi-heterónimos são criações literárias que não são totalmente distintas do autor, mas também não são exatamente ele mesmo.
* Os heterónimos são personagens fictícias criadas por um autor, que possuem identidade própria.
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