Autor: sakura scape

  • 🖋️⠀c o n c u r s o⠀l i t e r á r i o

    Estou participando do 5º Prêmio MicroConto de Ouro online.

    Animada por saber que existe esse tipo de concurso. Mesmo não sendo escritora ou tendo formação relativa à escrita. E ansiosa para saber o resultado, pois são mais de trocentas (não sei a quantidade exata, mas acho que deu pra entender a minha expressão) pessoas participando, ou seja, são muitas ideias e sentidos envolvidos em cada microconto criado. O que é lindo.

    O meu inclusive queria mostrar pra vocês ♡

    Título: M’eu’ Alter Ego 

    Microconto: Milhares de pessoas moram sozinhas em milhares de lugares. Não vou ser diferente — não pretendo ser. Mas também sei que sou, igual a todo mundo.

    Esse microconto, que surgiu sem querer, veio do meu diário, que escrevo com uma certa frequência. Ansiosa e receosa estava eu antes de embarcar do Brasil para o Japão, que agora, neste momento, estou.

    Se, por um acaso, você também tiver algum microconto em mente, se inscreva também. O prêmio é monetário, como uma forma de incentivo. Vai que, assim como eu, também fica animado(a) pela experiência.

    Obrigada, @casa.brasileira.de.livros

  • p o e m a⠀#2

    Escrito em 2024.11.02 às 16:08

    Tomo água de uma fonte macabra
    Quem dera fosse da juventude ou sabor tutti-frutti
    Mas a verdade é que a fonte é o meu pensamento:
    Nada mais que um tormento

  • s u n d a y⠀m o r n i n g

    Querido blog,

    Sinceramente, não sei por onde começar. Às vezes, tenho vontade de repassar meu diário para cá por falta de criatividade, mas acho que, por causa da faxina e do pós-almoço, estou com um leve sono e preguiça.

    Estou no Japão, em um pequeno apartamento cujo tamanho me surpreendeu. Ainda está uma bagunça, mas grande parte já foi resolvida. Ontem à noite, também fiz uma leve caminhada, alternando com um pouco de corrida.

    Ouço um barulho — talvez de um avião, corvos, e outros pássaros aparentemente não tão sombrios. Alguns estalos vêm do próprio apartamento. A luz do dia adentra além do espaço que ocupo. A temperatura está ideal, mas poderia estar chovendo.

    Estou sentada no chão de carpete — que luxo. Fui presenteada com uma bicicleta e um edredom. Comprei uma arara para estender roupas aesthetic.

    Almocei um oniguiri com abacate, tofu e natô. Parece uma gororoba (mas é) e estava muito gostoso.

    Espero que tenham um ótimo domingo 🤎

  • p o e m a⠀# 1

    Escrito em 2024.10.27 às 18:35

    P r e c i s a⠀d e⠀o r d e m⠀p r a⠀r i m a r⠀?

    E⠀ s e⠀e u⠀f o r⠀o⠀c a o s⠀e⠀n ã o⠀s e i⠀d i f e r e n c i a r⠀?

    A l g u é m⠀q u e⠀e n t e n d e⠀o⠀p o r t u g u ê s⠀p o d e⠀f a l a r⠀?

    O u⠀m e l h o r⠀n ã o ,⠀d e i x a⠀p r a⠀l á

  • 🍂⠀a n i m a l⠀c r o s s i n g

    Querido blog e querido(a) leitor(a),

    Acredito que já tenha ouvido falar do jogo da Nintendo chamado Animal Crossing, onde você aprende a ter paciência comprando e plantando uma flor por vez, mas fazendo o dinheiro dar em árvore ou cair do céu. E sim, continuo a me iludir com isso, pois esteticamente é agradável aos olhos, não a ilha toda, até porque, mesmo depois de dois anos jogando esporadicamente, não terminei nem um terço dela. Às vezes ficava um mês sem jogar, mas queria que a ilha já tivesse pronta. Inocência e preguiça minha. Com o tempo, me dava a desculpa do jogo não liberar tantos itens ou alguns deles serem muito caros, o que, em parte, limita mesmo o jogador, mas é uma leve desculpa minha. Refleti também que tentava enfeitar muito alguns pontos, às vezes me desfazia, às vezes não fazia, mas nunca tentava organizar “a minha casa” (mesmo que tivesse um cômodo apenas). Claro que, de um ponto de vista, é a ilha em que devemos nos concentrar para que os moradores (inclusive eu, a construtora) ficassem satisfeitos, e existe até um ranking para isso (mas não ligo).

    my black mirror…

    No sentido de como se quisesse me enfeitar por fora sem nem mesmo ter cuidado do coração e da razão também (o que não inclui só o jogo 1), me preocupava tanto em terminar logo que nunca terminei. Ainda não consigo deixar as coisas não simétricas (porque naturalmente as coisas são), mas internamente tenho um leve tique com isso. Mas, só de ter me deixado levar em decorar, fiquei feliz, não me preocupei com nada, em questão de tempo, de itens disponíveis, apenas tentei deixar ao meu modo, como se tivesse fluído. O que deve ter levado umas duas horas jogando sem parar, mas isso não vem ao caso.

    Enfim.

    O que quero expressar nessa bagunça (que não inclui só o jogo 2) toda é que me dei conta de que precisava cuidar de mim, do meu espaço, aos poucos, pedacinho por pedacinho. Indo mais ao fundo e profundo, por assim dizer. O que envolveu o meu corpo, seja com exercícios e alimentação (a prática e a ausência dessa prática), os meus sentimentos (atenção e rejeição), seja com terapia e meditação, as minhas opiniões. Aos poucos (porque ainda estou passando por esse processo), vou me libertando de como era, de quem já fui, ainda sou, de quem já surtou.

    Esse final de semana estou para ir ao Japão morar sozinha. Me desejem merda ou boa sorte. Obrigada.

  • tiramisu

    se a senhora morrer, parte de mim também morre.
    não desejo isso. me tira disso, tiramisu.

    se eu personificasse as senhoras da minha vida, seriam formadas de doces — alguns dos quais cresci comendo e outros conheci crescendo. seria um sonho viver em uma ilha doce.

    qual sentido(sinestésico ou anestésico?) alguns doces parecerem obras de arte?

    chiffon cake, tiramisu, pastel de nata, choux cream, sorvete, rocambole, cheese cake, mousse são os meus preferidos.

    não, não fiz tiramisu. fiz uma tentativa de muffin com ricota.

    ingredientes da tentativa:

    • quatro bananas
    • uma colher de cacau em pó
    • meio copo americano de leite
    • duas colheres de pasta de amendoim

    lembrando que a quantidade de ingredientes pode variar conforme o quanto quiser, foi o que fiz. vi os ingredientes na internet, mas não vi a quantidade (na verdade, já vi, mas não lembro e tenho preguiça de procurar qual era cada um). enfim,

    bata todos os ingredientes no liquidificador

    coloque em qualquer forma ou assadeira que quiser no forno

    ajuste para uma temperatura de cento e setenta graus

    modo de forno: cozinhar

    tempo: vinte minutos

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    mudando de assunto, às vezes me sinto nessa tentativa (muffin) que, na imagem, não dá pra enxergar direito porque tá escuro (às vezes me sinto no escuro, às vezes gosto, às vezes não), mas no sentido de me esconder ou me camuflar (ricota e o morango), quase que como armadura ou cobertor, mas, nesse caso, preenchendo (o vazio) meu estômago.

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    tiramisu veio na cabeça, talvez porque vi um post de uma moça comendo e, também, por causa de ontem, um desentendimento. de alguma forma, ecoaram as palavras assim. fim.

  • 💌⠀d a t e⠀d e⠀e s c r i t a

    Essa semana tive um encontro muito bacana com um grupo de pessoas sobre a escrita (nossa, que novidade), mas sim, acredite se quiser, para mim foi uma novidade e foi o meu primeiro encontro (quem nunca?).

    É algo que também gostaria de pôr em prática, porque acredito no poder que a escrita proporciona.

    Conversamos e fizemos alguns exercícios que envolveram memória e imaginação. A princípio, estava eu acanhada, mas depois criamos risadas. Criei um poema. Questionei a mim mesma e não tinha percebido, mas a resposta estava ali, toda despida (inclusive, a primeira citação do blog veio desse exercício).

    Uma foto e um objeto foram os materiais necessários. No caso, a foto que escolhi mostrava minha mãe e eu (criança) em frente a um mar de cerejeiras, e o objeto é uma pokébola de cristal do Eevee.


    Poema que baixou em mim nos quinze minutos de exercícios:

    de manhã, tarde, claridade

    muitas pessoas, minha mãe e eu, maternidade

    primavera, época de cerejeira

    minha estação preferida, minha família, como é querida

    estava de macacão, hoje não gosto, mas que sensação

    nostalgia, nossa tal alergia

    No decorrer das conversas, percebi que a foto e o objeto não tinham tanta relevância — sem desmerecer a ideia, os objetos em si ou até mesmo a escolha deles, mas porque, no fundo, nem sequer citamos quais foram escolhidos (mentira, eu é que não lembro quais foram mesmo).

    O ponto é que o assunto, no fundo, não se tratava disso. Tratava-se do nosso reflexo subjetivo, misturado com desejos — mesmo que irracionais ou lúdicos, dependendo da perspectiva.

    Quero mostrar uma parte do meu rascunho durante a atividade e caso não consiga ler fiz um rascunho digital também mas caso não consiga ler o digital, sinto muito.

    Obrigada,⠀@alexiapiesco⠀❀

  • c a r t a⠀                                   m o t i v a c i o n a l⠀            p e s s o a l

    c a r t a⠀ m o t i v a c i o n a l⠀ p e s s o a l

    Não sei como começar, nunca fiz isso, mas quando estiver desanimada ou pensando nas coisas, e estiver cansada e/ou triste, fica tranquila, esse estado é temporário. Quando tiver triste, pode se movimentar ou escrever sobre isso, se quiser. Meditar também. Fico orgulhosa que consiga fazer. Continue assim, dando um tempo para priorizar esses espaços dentro do seu coração. Não tem problema ouvir barulhos. Lembra que barulho, ruído, seja lá qual for o nome que queira dar, é um sinal de saúde. Não por existirem surdos, não é sobre isso, mas é um termômetro do seu estado no momento. Se não quiser a todo custo ouvir qualquer coisa, não resista. Ouça, mesmo que incomode. Vai passar, sempre passa. Irrita, incomoda, não tem como evitar às vezes, mas, se deixar fluir/ouvir, vai ser melhor. Você não tem culpa por não querer ouvir ou escutar o que não quer, e tá tudo bem. Aceite o barulho, as pessoas, você, como é.

    De vez em quando, sei que faz uns exercícios de reflexão e isso é maravilhoso e saudável. Não se compare com as pessoas, assim como não se deve comparar um país com o outro, são totalmente diferentes.

    É engraçado como levam para o mesmo lugar: você mesma. Então, caso venha a sentir isso de novo, não resista, porque a intensidade de como ela vem vai diminuir e te deixar em paz. Ninguém está te cobrando nada. Sua mente julgadora é que está. Parece um drama. Mesmo que seja, vai passar. Se raiva passa, drama não vai ser diferente. Lembre-se se não é noite mal dormida, fome, falta de exercício ou intestino preso antes de dar conta do psicológico. Porque não vai existir lógica se tiver alguma lacuna nesses quesitos que acabou de escrever. Sua saúde física vem primeiro, porque ela vai influenciar na sua mentalidade e humor.

    Quando quiser chorar, chore. Não segure. Às vezes me pergunto por que segura tanto o choro. Sei que prefere chorar sozinha, mas, caso chore na frente de alguém, não faz mal. Todo mundo faz isso, mesmo que todo mundo faça merda, isso não quer dizer que deva fazer também. Enfim, você me entendeu. Fazer merda também é natural. Praticamente todos os seres existentes fazem isso, e nenhum cheira a rosas. O que quero dizer é para não reprimir esse nó na garganta. Desata. Sente a leveza que traz quando chora. Quando chove, refresca, e você sente a força voltar no dia seguinte. Espreme a laranja ou limão, os sentimentos não.

    Precisamos de estratégias, porque fugir de si mesma é impossível, mas não precisa ser assim. Temos coisas em comum, tipo comer um bolo acompanhado de um chá, se conversar. Dá para conviver em paz. Por exemplo, temos a gula e a preguiça, mas fazemos um acordo com o jejum e os exercícios. Quando quiser fugir, não fuja, não resista ao sentimento que vier. Tenho certeza de que vai esquecer, e o humor vai mudar. Existem outras alternativas, como fotografar qualquer coisa, ler, pintar, arranjar alguma planta. Ou, se quiser, também não fazer nada, sentir o tédio ou a emoção passar, sem estímulo do celular ou música.

    Quando faz as contas, seja em ienes ou em reais, não desanime. Claro, não do jeito que imaginou que fosse, e nem dos universos paralelos que nunca existiram. Você ri à toa porque sente que é possível, e não ri de nervoso. Mesmo com ansiedade, mesmo não conseguindo sentir o tempo passar às vezes, é desafiador ouvir “daqui 10 anos”, mas, de qualquer jeito, o tempo vai passar. Se olhar para trás, vai ver que passou, não é surpresa. As finanças são importantes, sim, mas antes disso é a sua saúde mental. Os cursos que fez sobre finanças mostraram isso também. Desfazer de algumas crenças envolve se rasgar por dentro e chorar, mas depois da chuva vem o arco-íris. Os dias se resetam: sentimentos, pessoas, memórias. Mas sei que nem tudo vai embora. Seus sentimentos e pensamentos são prova viva disso. Você não calcula do dia 1 ao dia 3.650. Aliás, não sei se vai lembrar de tudo isso.