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V o c ê⠀t e m⠀o⠀h á b i t o⠀d a⠀e s c r i t a ?
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Há dois anos, eu também não tinha e passei a escrever em um caderno, como um diário. Hoje em dia, fala-se muito em ‘diário-terapia’ ou ‘escrita terapêutica’. Eu não chamava assim, mas era com esse intuito. E começava com ‘querido diário’, bem clichê.
No começo, eu não sabia bem o que escrever, então comecei relatando como havia sido o meu dia a dia. Fui evoluindo (no sentido de estar aberta a escrever o que vem a cabeça sem me preocupar com ordem ou sentido): passei a escrever sobre o trabalho, as pessoas, sobre mim mesma, metáforas e sentimentos (e-book). Descobri — e ainda vivo essa descoberta — o meu autoconhecimento. Voltei a escrever algumas rimas e poemas, sem compromisso, só porque soavam gostosas no ouvido. Isso me trazia paz, um motivo, e me ajudava a descarregar energias ruins, que por muitos anos reprimi.
Percebo que estou mudando, mesmo que às vezes volte a uma familiaridade que nem sempre foi saudável.
O caderno, ou diário — como queira chamar — é ótimo pra desabafar. Vem vazio, sem julgamento, pronto pra que você dê as informações ou pronto pra te ‘ouvir’ em palavras, sejam questionamentos ou até afirmações. Não importa como escreva.
Por ser analógico, vai relaxar o seu pensamento e até o temperamento (dependendo de como se sente no momento da escrita). É como se o corpo voltasse a um ritmo natural: sem se apressar, sem querer correr, nada disso. Como se pudesse perceber o som da sua respiração — sem meditar.
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Isso não é sobre deixar de se exercitar, ir à terapia ou parar de meditar. É apenas um complemento muito poderoso que encontrei para a minha saúde.